Os Romanos Pontífices, ditos
Chefes da Cristandades, de maneira própria, ou através de Concílios, criaram no
decorrer dos séculos a Doutrina da Igreja Católica baseada na Tradição,
Tradição está, segundo eles, iniciada com o “testemunho dos Apóstolos sobre
nosso Senhor Jesus Cristo”, e muitas vezes ignorando parte da Bíblia.
Ora, se valer da Tradição em
detrimento do que está escrito nas Sagradas Escrituras, na Bíblia, pode gerar,
como gerou, interpretações errôneas dos ensinamentos de bíblicos.
Devemos nos lembrar que o
Velho Testamento era e é a história dos judeus, e ainda segundo eles, os judeus
mataram Cristo, logo tinham que ser perseguidos e punidos por tal feito, como
então estudar a Bíblia, fazer dela a nossa regra de conduta?
Nunca, jamais, em tempo
algum.
Se fazia necessária a Doutrina
da Igreja Católica para manter unidade a Cristandade.
E eles vendiam espaços no Céu,
relíquias de santos, perdão dos pecados, através das famosas Indulgencias - do
latim indulgentia – “ou seja, concedia o perdão divino para qualquer pessoa que
pagasse por isso”, e por aí iam...
Vendiam feudos (bispados,
abadias, igrejas, terras, etc.), cargos eclesiásticos, vendiam o que podiam, e
o que não podiam, o real e o irreal, para pagar a máquina da Igreja de Roma
pela Europa afora.
Invalidaram os casamentos de
clérigos, condenaram o concubinato dos mesmos, impondo assim o celibato
clerical, através de atos do Primeiro Concílio de Latrão (1123) e do Segundo
Concílio de Latrão (1139).
Todavia alguns Romanos
Pontífices, os Papas, não levaram a sério esta
condenação do concubinato e tiveram suas amantes.
O exemplo máximo de
despautério na Igreja de Roma foi sem dúvida nenhuma o pontificado de Alexandre
VI, nascido Rodrigo de Borja, italianizado em Roderico Borgia, 214º papa da
Igreja Católica, de 11 de agosto de 1492 até a data de sua morte em Roma, 18 de
agosto de 1503.
Mais, ele não era o único a
viver de maneira desregrada, seu antecessor Inocêncio VIII, nascido Giovanni
Battista Cibo, teve 7 filhos, um dos quais casou com Maria Madalena de 'Medici,
filha de Lorenzo, o Magnífico, e, portanto, irmã do Medici Papa Leão X.
Além, é claro, de viveram na
mais absurda das opulências.
Os cofres da Igreja serviam
para pagar o luxo das famílias dos Papas, bem como para sustentar as amantes
dos Papas.
Era uma vergonha.
E foi contra esse estado de
coisa que o monge Martinho Lutero se revoltou querendo uma Reforma na e da
Igreja Cristão.
Não conseguiu, e acabou
implementando a Reforma Protestante.
Os territórios dos modernos
Estados da Alemanha, Áustria, Suíça, Liechtenstein, Luxemburgo, República
Tcheca, Eslovênia, Bélgica, Países Baixos e grande parte da Polônia, França e
Itália, faziam parte do Sacro Império Romano Germânico, em alemão Heiliges
Römisches Reich; em latim Sacrum Romanum Imperium, que perdurou de 962 até 1806
de nossa Era.
O Rex Romanorum, o Rei dos
Romanos, ou Rei da Alemanha, ou Germânia, era eleito pelos Príncipes-eleitores,
os mais importantes donos das terras no âmbito do Império, para depois ser
Coroado Imperador Sacro pelo Romano Pontífice, pelo Papa.
Eram os Príncipes-eleitores
(em alemão é Kurfürst, plural Kurfürsten), pela Bula de Ouro de 1356:
O Arcebispo de Mainz,
Arqui-Chanceler do Império para a Alemanha
O Arcebispo de Trier,
Arqui-Chanceler do Império para a Gália
O Arcebispo de Colónia,
Arqui-Chanceler do Império para Itália
O Rei da Boémia, Arqui-Copeiro
do Império
O Conde Palatino do Reno
(cujas terras eram conhecidas como o Palatinado), Arqui-Comissário do Império
O Conde Palatino e Duque da
Saxónia, Arqui-Marechal do Império
O Marquês de Brandenburgo,
Arqui- Camareiro do Império
O Duque da Saxónia e o Marquês
de Brandenburgo tornaram-se mais tarde conhecidos normalmente como "o
Príncipe-eleitor da Saxónia" e o "Príncipe-eleitor de
Brandenburgo".
O Conde Palatino do Reno foi
chamado de "Eleitor do Palatinado" ou "Eleitor Palatino".
Johann der Beständige, João o
Constante, ou o Obstinado, foi um Príncipe-eleitor da Saxônia, Landgrave da
Turíngia, que deu grande apoio a Lutero, tanto que na Dieta de Speyer II, de 15
março a 22 de abril de 1529, liderou ‘protesto’ do pequeno número de “
principibus” seguidores do reformador, daí o nome de protestantes, chegando até
em 1527 decretar a Confissão Luterana como Igreja oficial de seus domínios se
tornando o Bispo-chefe, organizou a Liga de Esmalcalda, ou de Schmalkalden (Schmalkaldischer Bund, em
alemão),formada pelos estados protestantes em 27 de fevereiro de 1531 para
proteger a Reforma.
Liga de Esmalcalda tinha um
outro importante Principe na liderança que era Philipp I, genannt der
Großmütige, Landgraf von Hessen, Filipe I o Magnânimo, Landgraf de Hessen.
Com a morte de Johann der
Beständige, João o Constante, ou o Obstinado, seu filho João Frederico I, o
Magnânimo, ou Johann Friedrich I. der Großmütige von Sachsen, Príncipe-eleitor
da Saxônia, Duque de Saxe-Weimar, Landgrave da Turíngia, continuou na Liga e
protegendo a Lutero.
Era membros da Liga os
seguintes Estados ditos protestantes:
Eleitorado de Saxônia
Landgraviato de Hesse
Principado de Anhalt-Bernburg
Principado de
Anhalt-Dessau
Ducado de Anhalt-Zerbst
Ducado do
Brunswick-Grubenhagen
Ducado do Brunswick-Lüneburg
Ducado da Pomerânia-Wolgast
Ducado da Pomerânia- Stettin
Ducado de Rochlitz
Ducado de Württemberg
Ducado de
Brunswick-Wolfenbüttel
Ducado da Saxônia
Margraviato
Brandenburg-Küstrin
Condado de Mansfeld
Condado de Erbach
Condado de Nassau-Weilburg
Condado de Schwarzenburg
Condado de Tecklenburg
As Cidades Imperiais:
Strasbourg, Ulm, Konstanz, Reutlingen,
Memmingen, Lindau, Biberach, Isny,
Esslingen, Nordhausen,
Frankfurt, Augsburg, Kempten, Heilbronn, Schwäbisch Hall, Dinkelsbühl e
Bopfingen.
As Cidades hanseática:
Bremen, Lübeck, Hamburgo e
Minden.
Outras Cidades:
Magdeburg, Einbeck, Goslar, Braunschweig,
Hannover, Göttingen, Hildesheim e Osnabrück.
E com isso Carlos V& I,
Sua Sacra Cesárea Católica Real Majestade, o Sacro Imperador Romano-Germânico
& Rei da Espanha, estava em palpos-de-aranha.
Batalha vai, batalha vem, e é
assinada a Paz de Augsburgo assinada entre Carlos V e as forças da Liga de
Esmalcalda em 25 de setembro de 1555.
“ O resultado da Paz de
Augsburgo foi o estabelecimento da tolerância oficial dos luteranos no Sacro
Império Romano-Germânico. De acordo com a política de cujus regio, ejus
religio, a religião (católica ou luterana) do Príncipe da região seria aquela à
qual os súditos desse príncipe se deveriam converter. Foi concedido um período
de transição no qual os súbditos puderam escolher se não preferiam mudar-se com
família e haveres para uma região governada por um príncipe da religião de sua
escolha (Artigo 24: "No caso de os nossos súbditos, quer pertencentes à
velha religião ou à confissão de Augsburgo, pretendam deixar suas casas com
suas mulheres e crianças por forma a assentar noutra, eles não serão impedidos
quer na venda do seu imobiliário desde que pagas as devidas taxas, nem magoados
na sua honra").
Apesar de a Paz de Augsburgo
ter sido moderadamente bem-sucedida em aliviar a tensão no império e ter
aumentado a tolerância, ela deixou coisas importantes por fazer.
As divisões religiosas criadas
pela Paz de Augsburgo deixaram a região politicamente fragmentada até bem
depois de outras nações-estados se terem unido (Inglaterra, França,
Áustria-Hungria, etc), desta forma enfraquecendo a Alemanha como potência
mundial até ao final do século XIX ”.
Fonte:
https://pt.wikipedia.org/wiki/Paz_de_Augsburgo
Enquanto o Luteranismo ganhava
força na Alemanha, na Suíça um outro reformador atuava: João Calvino.
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