terça-feira, 23 de fevereiro de 2016

Capitulo 1 - Lutero e os Protestantes.





Os Romanos Pontífices, ditos Chefes da Cristandades, de maneira própria, ou através de Concílios, criaram no decorrer dos séculos a Doutrina da Igreja Católica baseada na Tradição, Tradição está, segundo eles, iniciada com o “testemunho dos Apóstolos sobre nosso Senhor Jesus Cristo”, e muitas vezes ignorando parte da Bíblia.
Ora, se valer da Tradição em detrimento do que está escrito nas Sagradas Escrituras, na Bíblia, pode gerar, como gerou, interpretações errôneas dos ensinamentos de bíblicos.
Devemos nos lembrar que o Velho Testamento era e é a história dos judeus, e ainda segundo eles, os judeus mataram Cristo, logo tinham que ser perseguidos e punidos por tal feito, como então estudar a Bíblia, fazer dela a nossa regra de conduta?
Nunca, jamais, em tempo algum. 
Se fazia necessária a Doutrina da Igreja Católica para manter unidade a Cristandade.
E eles vendiam espaços no Céu, relíquias de santos, perdão dos pecados, através das famosas Indulgencias - do latim indulgentia – “ou seja, concedia o perdão divino para qualquer pessoa que pagasse por isso”, e por aí iam...
Vendiam feudos (bispados, abadias, igrejas, terras, etc.), cargos eclesiásticos, vendiam o que podiam, e o que não podiam, o real e o irreal, para pagar a máquina da Igreja de Roma pela Europa afora.
Invalidaram os casamentos de clérigos, condenaram o concubinato dos mesmos, impondo assim o celibato clerical, através de atos do Primeiro Concílio de Latrão (1123) e do Segundo Concílio de Latrão (1139).
Todavia alguns Romanos Pontífices, os Papas, não levaram a sério esta   condenação do concubinato e tiveram suas amantes. 
O exemplo máximo de despautério na Igreja de Roma foi sem dúvida nenhuma o pontificado de Alexandre VI, nascido Rodrigo de Borja, italianizado em Roderico Borgia, 214º papa da Igreja Católica, de 11 de agosto de 1492 até a data de sua morte em Roma, 18 de agosto de 1503.
Mais, ele não era o único a viver de maneira desregrada, seu antecessor Inocêncio VIII, nascido Giovanni Battista Cibo, teve 7 filhos, um dos quais casou com Maria Madalena de 'Medici, filha de Lorenzo, o Magnífico, e, portanto, irmã do Medici Papa Leão X.
Além, é claro, de viveram na mais absurda das opulências.
Os cofres da Igreja serviam para pagar o luxo das famílias dos Papas, bem como para sustentar as amantes dos Papas.
Era uma vergonha.
E foi contra esse estado de coisa que o monge Martinho Lutero se revoltou querendo uma Reforma na e da Igreja Cristão.
Não conseguiu, e acabou implementando a Reforma Protestante.
Os territórios dos modernos Estados da Alemanha, Áustria, Suíça, Liechtenstein, Luxemburgo, República Tcheca, Eslovênia, Bélgica, Países Baixos e grande parte da Polônia, França e Itália, faziam parte do Sacro Império Romano Germânico, em alemão Heiliges Römisches Reich; em latim Sacrum Romanum Imperium, que perdurou de 962 até 1806 de nossa Era.
O Rex Romanorum, o Rei dos Romanos, ou Rei da Alemanha, ou Germânia, era eleito pelos Príncipes-eleitores, os mais importantes donos das terras no âmbito do Império, para depois ser Coroado Imperador Sacro pelo Romano Pontífice, pelo Papa. 
Eram os Príncipes-eleitores (em alemão é Kurfürst, plural Kurfürsten), pela Bula de Ouro de 1356:
O Arcebispo de Mainz, Arqui-Chanceler do Império para a Alemanha
O Arcebispo de Trier, Arqui-Chanceler do Império para a Gália
O Arcebispo de Colónia, Arqui-Chanceler do Império para Itália
O Rei da Boémia, Arqui-Copeiro do Império
O Conde Palatino do Reno (cujas terras eram conhecidas como o Palatinado), Arqui-Comissário do Império
O Conde Palatino e Duque da Saxónia, Arqui-Marechal do Império
O Marquês de Brandenburgo, Arqui- Camareiro do Império
O Duque da Saxónia e o Marquês de Brandenburgo tornaram-se mais tarde conhecidos normalmente como "o Príncipe-eleitor da Saxónia" e o "Príncipe-eleitor de Brandenburgo".
O Conde Palatino do Reno foi chamado de "Eleitor do Palatinado" ou "Eleitor Palatino".
Johann der Beständige, João o Constante, ou o Obstinado, foi um Príncipe-eleitor da Saxônia, Landgrave da Turíngia, que deu grande apoio a Lutero, tanto que na Dieta de Speyer II, de 15 março a 22 de abril de 1529, liderou ‘protesto’ do pequeno número de “ principibus” seguidores do reformador, daí o nome de protestantes, chegando até em 1527 decretar a Confissão Luterana como Igreja oficial de seus domínios se tornando o Bispo-chefe, organizou a Liga de Esmalcalda,  ou de Schmalkalden (Schmalkaldischer Bund, em alemão),formada pelos estados protestantes em 27 de fevereiro de 1531 para proteger a Reforma.
Liga de Esmalcalda tinha um outro importante Principe na liderança que era Philipp I, genannt der Großmütige, Landgraf von Hessen, Filipe I o Magnânimo, Landgraf de Hessen.
Com a morte de Johann der Beständige, João o Constante, ou o Obstinado, seu filho João Frederico I, o Magnânimo, ou Johann Friedrich I. der Großmütige von Sachsen, Príncipe-eleitor da Saxônia, Duque de Saxe-Weimar, Landgrave da Turíngia, continuou na Liga e protegendo a Lutero.
Era membros da Liga os seguintes Estados ditos protestantes:
Eleitorado de Saxônia
Landgraviato de Hesse
Principado de Anhalt-Bernburg
Principado de Anhalt-Dessau 
Ducado de Anhalt-Zerbst
Ducado do Brunswick-Grubenhagen
Ducado do Brunswick-Lüneburg
Ducado da Pomerânia-Wolgast
Ducado da Pomerânia- Stettin
Ducado de Rochlitz
Ducado de Württemberg
Ducado de Brunswick-Wolfenbüttel
Ducado da Saxônia
Margraviato Brandenburg-Küstrin
Condado de Mansfeld
Condado de Erbach
Condado de Nassau-Weilburg
Condado de Schwarzenburg
Condado de Tecklenburg
As Cidades Imperiais:
Strasbourg, Ulm, Konstanz, Reutlingen, Memmingen, Lindau, Biberach, Isny,
Esslingen, Nordhausen, Frankfurt, Augsburg, Kempten, Heilbronn, Schwäbisch Hall, Dinkelsbühl e Bopfingen.
As Cidades hanseática:
Bremen, Lübeck, Hamburgo e Minden.
Outras Cidades:
Magdeburg, Einbeck, Goslar, Braunschweig, Hannover, Göttingen, Hildesheim e Osnabrück.
E com isso Carlos V& I, Sua Sacra Cesárea Católica Real Majestade, o Sacro Imperador Romano-Germânico & Rei da Espanha, estava em palpos-de-aranha.
Batalha vai, batalha vem, e é assinada a Paz de Augsburgo assinada entre Carlos V e as forças da Liga de Esmalcalda em 25 de setembro de 1555.
“ O resultado da Paz de Augsburgo foi o estabelecimento da tolerância oficial dos luteranos no Sacro Império Romano-Germânico. De acordo com a política de cujus regio, ejus religio, a religião (católica ou luterana) do Príncipe da região seria aquela à qual os súditos desse príncipe se deveriam converter. Foi concedido um período de transição no qual os súbditos puderam escolher se não preferiam mudar-se com família e haveres para uma região governada por um príncipe da religião de sua escolha (Artigo 24: "No caso de os nossos súbditos, quer pertencentes à velha religião ou à confissão de Augsburgo, pretendam deixar suas casas com suas mulheres e crianças por forma a assentar noutra, eles não serão impedidos quer na venda do seu imobiliário desde que pagas as devidas taxas, nem magoados na sua honra").
Apesar de a Paz de Augsburgo ter sido moderadamente bem-sucedida em aliviar a tensão no império e ter aumentado a tolerância, ela deixou coisas importantes por fazer.
As divisões religiosas criadas pela Paz de Augsburgo deixaram a região politicamente fragmentada até bem depois de outras nações-estados se terem unido (Inglaterra, França, Áustria-Hungria, etc), desta forma enfraquecendo a Alemanha como potência mundial até ao final do século XIX ”.
Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Paz_de_Augsburgo


Enquanto o Luteranismo ganhava força na Alemanha, na Suíça um outro reformador atuava: João Calvino. 

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