terça-feira, 23 de fevereiro de 2016

Capitulo 3 – Primeira Parte de o Calvinismo em França - Os huguenotes


João Calvino era francês, muitos de seus colaboradores diretos em Genebra eram franceses, nada mais natural que o protestantismo em França fosse Calvinista.


Jacques Lefevre d'Etaples , também conhecido sob o nome de Jacobus Faber, ou Stapulensis, foi um teólogo e humanista francês, nascido em Etaples-sur-Mer, Pas-de-Calais, por volta de 1450.
Ele já tinha sido ordenado sacerdote quando foi estudar na Universidade de Paris,
Viajou para a Itália, estudando em Florença, Roma e Veneza, fazendo-se familiarizado com os escritos de Aristóteles, embora muito influenciado pela filosofia platônica. Voltando à Universidade de Paris, tornou-se professor na Faculdade de Cardinal Lemoine. 
Entre seus alunos estava Guillaume Farel, amigo de Calvino, já citado no capítulo anterior. 
Fixou residência na Abadia de Saint-Germain-des-Prés, fundada no século 6 por Childeberto I, filho de Clóvis I e de Santa Clotilde, Reis de todos os Francos, onde iniciou seus profundos estudos bíblicos, que geraram as seguintes Obras: Quintuplex Psalterium: Gallicum, Romanum, Hebraicum, Vetus, Conciliatum, S. Pauli Epistolae xiv. ex vulgata editione, adjecta intelligentia ex Graeco cum commentariis, De Maria Magdalena et triduo Christi disceptatio.
A De Maria Magdalena et triduo Christi disceptatio causou grandes controvérsias, pois ele afirmou que “ Maria, a irmã de Lázaro, Maria Madalena e mulher penitente que ungiu os pés de Cristo, eram pessoas diferentes, indo a discussão para na Sorbonne, sendo por seus doutos condenada, como, também, foi por São João Fisher, inglês de Beverley, Yorkshire, Bispo de Rochester, teólogo e chanceler da Universidade de Cambridge, elevado a Cardeal, com o Título de Cardinale presbitero dei Santi Vitale, Valeria, Gervasio e Protasio, executado por ordem de Henrique VIII, durante a Reforma Inglesa, por se recusar a aceitar o Rei como Chefe Supremo da Igreja da Inglaterra, e por  defender a Igreja Católica, com isso considerado um Mártir canonizado em 19 de maio de 1935, na Cidade do Vaticano , pelo  Papa Pio XI.
Guillaume Briconnet foi abade de Abadia de Saint-Germain-des-Prés, Bispo de Saint-Malo, Arcebispo Duque de Reims e Par de França, Arcebispo de Narbonne, Primaz da Gália Belga, Primaz de Narbonensis, Cardeal Bispo de Albano, de Frascati, de Palestrina, Administrador Apostólico na Diocese de Nîmes, na Diocese de Fréjus-Toulon.
De seu casamento com Raoulette de Beaune, que morreu em 1487, antes que ele tomasse os votos, nasceram cinco filhos:
Jean Briconnet († 1559), Conselheiro de Estado, Tesoureiro Geral da Provence e da Dauphiné. Ele construiu o Castelo de Reaux .
Guillaume Briconnet, Bispo de Lodeve, em seguida, Bispo de Meaux e desempenha um papel importante no início da Reforma na França.
Briconnet Denis, Bispo de Toulon, de Saint-Malo e Lodeve.
Katherine Briconnet supervisionou a construção do Château de Chenonceau
Nicolas Briconnet († 1529), e o controlador Geral de Finanças no Ducado da Bretanha.
Jacques Lefevre d'Etaples era amigo de Guillaume Briçonnet, Bispo de Lodeve, em seguida, Bispo de Meaux, p levou para Meaux e o nomeou seu vigário.
Guillaume Briçonnet, também, pediu a ele que desce forma ao Cenáculo de Meaux, ou Cercle de Meaux, para que nele fosse estudada a uma reforma da Igreja, e traçadas bases para a evangelização, e “este círculo irá exercer uma grande influência sobre os humanistas e os escritores desta geração (Clément Marot, Rabelais, ...) ”.
Dele participaram Guillaume Farel, François Vatable , Gerard Roussel , Martial Mazurier , Michael de Aranda , Pierre Caroli , Jodocus Clichtove e Jean Lecomte Lacroix.
Nesse mesmo ano, Guillaume Briconnet tornou-se o diretor espiritual de Marguerite d’Angoulême, irmã de Francisco I, agora Margarita, Rainha de Navarra, esposa de Henri II d'Albret, Rei de Navarra, Conde de Périgord, de Foix, de Bigorre, Visconde de Béarn e de Limoges, senhor d’Albret, depois Duque d'Albret, uma admiradora de João Calvino.
Todavia, os católicos estavam alerta e os franciscanos, aliados com os doutores da Sorbonne, jogaram duro e acabaram terminado como o Cenáculo de Meaux, ou Cercle de Meaux, sendo Jacques Lefevre d'Etaples exilado para Estrasburgo.
Jacques Lefevre d'Etaples insistia que “ a Sagrada Escritura é a única regra de doutrina, e que a justificação é somente pela fé”, e a turma o odiava por isso, já que confrontava com as Doutrinas baseadas na Tradição da Igreja de Roma.
Em meio a essa barafunda, Francisco I o chama da Espanha, onde se encontrava refugiado, para servir como mestre de seu terceiro filho Charles de France, ou Carlos II d'Orleans, Duque de Angoulême, Duque de Orleans e de Bourbon, que faleceu com 23 anos de peste, na abadia beneditina de Forest-Montiers , perto de Abbeville, em 9 de setembro de 1545. Foi esse generoso Fils de France, que morrendo, ao ver seu pai, o Rei, exclamou:
« Ah ! mon seigneur, je me meurs, mais puisque je vois votre majesté, je meurs content ».
T.L.: "Ah! Meu senhor, eu estou morrendo, mas desde que eu vejo sua majestade, eu morro feliz ".

Francisco I , Rei de França.

Jacques Lefevre d'Etaples foi um dos tradutores da Bíblia para o francês, o Novo Testamento em 1523 e o Antigo Testamento em 1528.
“A versão completa da Bíblia com base no texto da Vulgata será impressa em Antuérpia em 1530”.
Mais, as autoridades da Igreja e os teólogos de plantão não gostavam dele, e aproveitando-se da prisão do Rei Francisco, Batalha de Pávia, ocorrida na manhã de 24 de fevereiro de 1525, um acontecimento decisivo para a Guerra Italiana de 1521-1526, pelos generais do Imperador Carlos V&I, e obrigado a assinar o humilhante Tratado de Madrid de 14 de janeiro de 1526, condenaram a ele e a sua Obra. 
Com a volta do Rei essa decisão foi anulada, e Jacques Lefevre d'Etaples foi nomeado Bibliotecário do Castelo de Blois.
Entretanto, as perseguições continuavam, pois Jacques Lefevre d'Etaples insistia que “ a Sagrada Escritura é a única regra de doutrina, e que a justificação é somente pela fé”, e a turma o odiava por isso, já que confrontava com as Doutrinas baseadas na Tradição da Igreja de Roma.

Daí que a já citada acima, Marguerite d’Angoulême, irmã de Francisco I, agora Margarita, Rainha de Navarra, esposa de Henrique II d'Albret, Rei de Navarra, Conde de Périgord, de Foix, de Bigorre, Visconde de Béarn e de Limoges, senhor d’Albret, depois Duque d'Albret, uma grande admiradora de João Calvino, o levou para Nerac, no antigo Condado de Périgord, onde passou seus últimos anos até sua morte em 1536.
A filha do casal Henrique II d’Albret e Marguerite d’Angoulême, Joana III d'Albret, foi Rainha de Navarra de 25 de maio de 1555 até 9 de junho de 1572, 17 anos e 15 dias, casou com Antoine de Bourbon, Premier Prince du Sang, Duque de Vendôme, Duque de Beaumont, Conde de Marle, e são pais de Henri IV, Henri le Grand, Henri de Bourbon, Roi de France e de Navarre, primeiro Rei de França da Casa Capetiniana de Bourbon, la Maison de Bourbon.
Jeanne III d'Albret foi uma fervorosa calvinista e levou o seu povo a conversão a Sã Doutrina, ao protestantismo.
O neto de Henrique II d’Albret e Marguerite d’Angoulême, filho de Joana/Jeanne III d'Albret e de Antoine de Bourbon, Premier Prince du Sang, foi Henrique de Bourbon, um líder protestante durante as Guerras da Religião, porem que exclamou "Paris vale bem uma missa", em de julho 1593, para assim ser coroado na  Catedral de Chartres em 27 de fevereiro de 1594, Rei de França - « sa majesté très chrétienne le Roi de France » ou Henry IV Par la grâce de Dieu, Roi de France et de Navarre- ou Henrique IV , apelidado de Henrique, o Grande, ou "Vert-Galant".
Obras religiosas:
Jacques Lefevre d'Etaples foi um prolífico tradutor da Bíblia.
Ele completou a tradução do Antigo Testamento em 1528, e era famoso por sua tradução francesa do Salmos e as epístolas paulinas, que terminou no início de sua carreira. Sua concluída a tradução de toda a Bíblia cristã, publicado em 1530, foi o primeiro na língua francesa.
Psalterium quintuplex; Gallicum, romanum, Hebraicum, Vetus, conciliatum , 1509 e 1515, publicada por Henri Estienne , fol. com notas de rodapé
Commentaires sur Saint Paul, avec une nouvelle traduction latine , Paris, 1512 e 1531. Este trabalho, foi criticado, no entanto, isso não impediu que ele fosse valorizado e estudado.
Commentaires sur les Evangiles , Meaux, 1525;
Commentaires sur les épitres canoniques , Meaux , 1525; todos os seus comentários sobre o Novo Testamento foram colocados no Índice pelos inquisidores romanos, sob o Papa Clemente VIII .
Traduction française du Nouveau Testament , Paris, Colines, 1523, 5 vols, o que desagradou principalmente os Doutores  de Paris
Exortações en français sur les Evangiles et les épitres des dimanches , Meaux, 1525, condenado pelo Parlamento.
Teoria da música
Musica libris demonstrata quattuor , publicado juntamente com Nemorarius , Aritmética decem libris demonstrata e Boethius, De Arithmetica , Paris: Johannes Higman e Wolfgang Hopyl, 22 de julho de 1496.
O texto completo chegou a 1.551 edição.
Fontes variadas.

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